Já foi-se o tempo em que, dentro das instituições de saúde, inovação era sinônimo de insights rápidos, quase extraordinários.
Em um cenário tão competitivo, o que era um conceito abstrato tem se tornado um processo gerencial como vários outros — demandando profissionais, equipes e líderes tão focados quanto os demais. Isso porque, como o desenvolvimento do Fórum Pernambucano de Gestão e Inovação em Saúde comprova, parece impossível falar da transformação do setor sem falar de estratégias inovadoras.
O chamado gestor de inovação, nesse sentido, cumpre um papel fundamental no fomento à novidade dentro de hospitais, clínicas e laboratórios. Ligado no que acontece no setor a nível internacional, é ele o responsável por acompanhar o desenvolvimento científico, suas tendências e sugerir novos caminhos para a instituição crescer. Tarefa desafiadora, não?
Da comunicação ao aproveitamento dos recursos, em um cargo assim, os desafios estão por toda parte. Aliás, foi pensando neles que nós elencamos algumas situações que tendem a dificultar tal tipo de trabalho diariamente. Confira-os e comece, agora, a tentar contorná-los!
Inovação em saúde: 3 desafios do gestor
Romper com a acomodação dos colaboradores
Inovar significa, de forma geral, buscar novos rumos.
Dentro de um segmento conservador como o de saúde, contudo, essa está longe de ser uma tarefa fácil… em grande parte por conta da acomodação de seus profissionais. Isso porque, enquanto alguém que trabalhará em prol das mudanças, é muito comum que o gestor se depare não só com cenários acomodadores, mas pessoas indispostas a apostar no novo.
Como exemplo, visualize o seguinte cenário: depois de algumas pesquisas, você percebe que a clínica na qual trabalha precisa mudar suas ferramentas — algo que também perpassará a forma como médicos se comunicam com pacientes. No entanto, os profissionais já estão habituados a utilizarem os dispositivos de sempre, além de convencidos de que não há opção melhor no mercado.
O que fazer neste momento? Como convencer médicos com anos de carreira a investir em um recurso tecnológico que não conhecem, sob o argumento de que é preciso se modernizar? Nessas horas, mostrar provas concretas e dialogar são sempre a melhor pedida.
Mudar a visão sobre a própria marca
Quando o assunto são instituições de saúde, há quem diga que esse é um dos grandes desafios estruturais. De fato, deixar para trás a visão assistencialista de clínicas, hospitais e laboratórios, os encarando como grandes negócios, não é simples.
Na falta de uma visão mercadológica sobre o próprio empreendimento, acontece de as lideranças hospitalares enxergarem a adoção de caminhos diversos como um “plus”, como se a tradição do que é uma boa organização de saúde ditasse como se deve ser. Olhares do tipo, que refletem numa cultura acomodadora, acabam por criar um ambiente com profissionais que vêem a inovação superficialmente.
Logo, também é tarefa do gestor de inovação fomentar uma cultura voltada para a competição e adaptação a um mercado cada vez mais moderno. Cases de sucesso, aqui, podem ajudá-lo a mostrar aos demais que, sim, inovar é um ponto-chave para o sucesso.
Mostre os demais o que grandes empresas (sim, empresas!) do ramo estão realizando… e porque pode ser incrível fazer novas apostas.
Pensar nos riscos (e não temê-los)
Todo trabalho envolve riscos, disso ninguém tem dúvidas. Porém, a nível humano, há setores que propiciam maior liberdade de enfrentá-los, já que os prejuízos tendem a se restringir ao aspecto financeiro do trabalho. Já no caso do setor de saúde, falar dos perigos de uma aposta errada é considerar consequências diretas (e muitas vezes drásticas) na vida do paciente.
É justamente por isso que, aqui, o trabalho de um gestor de inovação precisa levar em conta as especificidades que o setor de saúde possui. Se a mudança diz respeito a medicamentos, instrumentos de trabalho e meios de comunicação com o público, é preciso avaliar bastante antes de sugerir uma decisão.
Até porque, acima de tudo, falar de gestão de inovação é falar de escolhas certas e erradas, riscos de o mercado não aceitar sua ideia e apostar em incertezas.
E você, que outras situações considera um desafio para o trabalho de inovação em saúde? Conte para a gente nos comentários! Vamos adorar saber.
