Infecções hospitalares: qual o papel do infectologista?

No mês passado, dois fatos parecem ter colocado as infecções hospitalares como pauta principal de discussões na internet. O primeiro deles diz respeito ao dia 15 de maio, conhecido nacionalmente como a data em comemoração ao controle das infecções. Ela faz referência ao dia 15 de maio de 1847, dia em que um médico-obstetra húngaro Ignaz P. Semmelweis defendeu como obrigatória a prática de lavar as mãos em enfermarias.

Além disso, também há 30 dias, a health tech médica PEBMED chamou atenção para as maiores taxas responsáveis pelas internações no país. E adivinhe? De acordo com o Ministério da Saúde, 14% dos pacientes são internados a partir de alguma infecção de dentro do hospital. Unido a isso, há o dado alarmante divulgado pela ONU: 70% dos profissionais de saúde e 50% das equipes cirúrgicas pelo mundo não realizam a higienização das mãos.

Assim, parece inegável que este é um tema que deve ser discutido. Afinal, ainda falando de números, não faz tanto tempo desde que a OMS destacou que 7% dos pacientes internados vão adquirir alguma infecção durante suas internações. Em países de renda baixa, se prepare: o índice sobre para 10%.

Diante de tantos casos, ficam as seguinte questões: de que forma sua organização tem lidado com as infecções hospitalares? Elas são recorrentes no ambiente hospitalar? E o mais importante: como uma boa gestão pode influenciar o quadro infectológico do local de trabalho?

No artigo a seguir falaremos um pouco sobre cada uma delas. Acompanhe!

Mas o que é uma infecção hospitalar?

À primeira vista, essa pode parecer uma pergunta idiota. “Como assim o que é uma infecção?”, você deve estar pensando. Porém, independente do quão adepto é ao senso comum, é preciso mencionar que há uma definição formal para este grande problema. Segundo a Secretaria de Saúde do Paraná, “Para fins de classificação epidemiológica, a infecção hospitalar é toda infecção adquirida durante a internação hospitalar (desde que não incubada previamente à internação) ou então relacionada a algum procedimento realizado no hospital, podendo manifestar-se inclusive após a alta”.

O órgão enfatiza que, hoje, o termo vem sendo substituído por Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). A mudança diz respeito não só à infecção adquirida no hospital, mas também às relacionadas a procedimentos feitos em ambulatório, durante cuidados domiciliares e a adquirida por profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros).

Condições e fatores de risco

Ainda para a Secretaria, internações demoradas são propícias para o surgimento de infecções. No geral, elas dependem do desequilíbrio entre a condição clínica do paciente, fatores relativos à hospitalização e a virulência do espaço.

Quando à saúde do paciente, há alguns fatores de risco para que ele seja infectado. Eles são:

  • Duração da internação;
  • Extremos de idade (ou seja, recém-nascidos e idosos);
  • Duração da internação;
  • Doenças como a diabetes mellitus e as vasculares;
  • Estados de imunossupressão;
  • Condições que requerem procedimentos invasivos (como o uso de sonda urinária, por exemplo)
  • Cirurgias que comprometem a pele/mucosas.

Os centros de controle

Pensando no tema, hoje, se encontra em vigor a Portaria n° 2616/98. De 12 de maio de 1998, ela prevê uma série de diretrizes e normas para a prevenção e controle das infecções hospitalares.

É indicado, por exemplo, que os hospitais e clínicas mantenham uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e um Núcleo de Controle gerenciado por um responsável técnico. As atividades de ambos devem dizer respeito a ações de prevenção e controle, com reuniões registradas em ata. A carga horária dos profissionais envolvidos também deve ser exclusiva para tal.

Assim, fica sob os cuidados do grupo a elaboração de um programa que una as leis vigentes, a característica do hospital e táticas de controle e assistência das infecções. A normativa também recomenda diálogo entre a equipe e demais comissões, sobretudo a de Farmácia e Terapêutica, para definir uma política de utilização de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares para a instituição.

Infecções hospitalares e o papel do infectologista

Ainda falando sobre Serviços de Controle de infecções, é importante mencionar o papel de um médico exclusivamente responsável por elas: o infectologista. Isso porque ele é o mais indicado para verificar os diagnósticos comuns dentro da clínica, realizando uma auditoria interna para conferir se tudo está dentro dos conformes.

Mas essas são apenas algumas de suas atividades, já que, tradicionalmente, a especialidade médica engloba o diagnóstico, tratamento e acompanhamento de pacientes afetados por infecções. Ou seja, é preciso contar com um olhar macro e micro, que revelem tanto o que sintomas sugerem quanto as limitações do ambiente hospitalar e suas campanhas médicas.

E quanto ao gestor de saúde?

Quando o controle das infecções faz parte da estrutura administrativa do hospital, é papel do gestor de saúde conferir o impacto econômico das medidas protetivas, além de contribuir para sua execução. Aqui entram questões como o custo/benefício das ações de controle e sua divulgação, por exemplo.

Manter organizados documentos que comprovem a legalidade das medidas, desenvolver metodologias para metas de segurança… tudo deve estar sob controle do profissional. Afinal, um bom gestor de saúde sabe que situações alarmantes precisam — urgentemente — de acompanhamento contínuo.

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