Saúde suplementar: 3 principais problemas

Falta de médicos, escassez de remédios e uma infraestrutura de assustar. Se ao ler isto, você imediatamente fez associações com a saúde pública brasileira, saiba que há uma grande chance de estar por dentro do que acontece no setor hoje. No entanto, pelo visto, não é apenas o SUS que está repleto de desafios… O quanto você sabe sobre os problemas da saúde suplementar no Brasil?

Isso porque o segmento está longe das mil maravilhas. Reajustes das mensalidades, falta de beneficiários e problemas com os planos são apenas a ponta de um iceberg que reflete na insatisfação recorrente dos pacientes. Tanto que, no final do ano passado, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo de Tarso Sanseverino, foi enfático ao dizer que há uma insatisfação geral que atinge de pacientes a operadoras dos planos e prestadores de serviços.

Para o jurista, o primeiro passo para enfrentar os desafios da saúde privada é diagnosticar o problema. Partindo daí, é “debater questões e buscar, na medida do possível, soluções, procurando envolver os principais interessados no assunto”, como afirmou durante o seminário A Saúde Suplementar na Visão do STJ.

Mas, afinal, quais são os problemas mais comuns no setor atualmente? Como eles afetam o dia a dia do paciente? Confira abaixo.

Os problemas enfrentados pelo setor de saúde suplementar

A falta de beneficiários

Atualmente, talvez o maior dilema do segmento atualmente diga respeito à constante perda dos beneficiários de planos de saúde. Para se ter uma ideia, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) chegou a divulgar que, enquanto em fevereiro tinha-se 47.096 titulares, no mês seguinte, o número foi para 47.053. De dezembro a março, houve cerca de 212.000 cancelamentos.

Os motivos não são surpresa: economia do país estagnada, pessoas insatisfeitas com os caros reajustes dos planos e o aumento de desemprego. Como consequência, nada mais justo que, na crise, essas pessoas escolham cancelar o acesso à saúde privada.

Porém, se o contexto atual é de preocupação, é a partir dele que novos caminhos se tornam possíveis. Um destes, à ativa desde 3 de junho, já entrou em vigor: se trata de uma nova regra de portabilidade, que facilita a mudança de plano de saúde, beneficiando quem perdeu a cobertura empresarial ou tem que reduzir custos. Talvez seja a luz no fim do túnel para agarrar uma parte dos insatisfeitos.

Fraudes e desperdícios

Bem como a falta de beneficiários, esse também é um grande problema visto na saúde suplementar hoje. Um estudo revelou que, só em 2017, cerca de R$28 bilhões dos gastos das operadoras de planos de saúde disseram respeito a fraudes e desperdícios, geralmente relacionados a procedimentos desnecessários.

O trabalho também chamou atenção para um dado alarmante: a cada R$ 100 pagos pelos planos a instituições de saúde, R$ 15 correspondem a algum tipo de fraude.

De forma geral, identificou-se tanto fraudes cometidas pelos titulares (como emprestarem a carteirinha para alguém e pedir reembolsos sem sentido) como por parte de hospitais, com procedimentos sem necessidade e pacientes fantasmas.

O que isso significa? A necessidade de melhorias na fiscalização do setor, já que o órgão moderativo, a ANS, regula apenas as atividades das operadoras de saúde.

A questão dos custos

É curioso perceber que, mesmo com a queda do número de beneficiários, os gastos com o setor continuam a crescer. Uma pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revelou que, em dez anos, é provável que os gastos das operadores ultrapassem a casa dos 380 milhões — um aumento de mais de 150% em relação a 2017. Os motivos, aparentemente, são o desperdício com as faltas dos pacientes, exames em excesso e procedimentos desnecessários. Aliados a isso, vale ressaltar o peso do envelhecimento da população no número final.

De qualquer forma, a nível macro, é fundamental uma reorganização do setor. Já no nível micro, essa deve ser uma decisão urgente, a começar pelo controle do que é gasto com medicamentos, serviços, materiais de trabalho e novas tecnologias

E você, também identifica um problema na saúde suplementar brasileira que não citamos? Compartilhe com a gente nos comentários!CTA (3)

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