Para quem acha que a ideia do prontuário é recente, está enganado. Hipócrates, lá no Século V (a.C), já havia recomendado aos médicos da época que realizassem registros escritos sobre os pacientes atendidos na intenção de “refletir de forma exata o curso da doença e indicar as possíveis causas das enfermidades”.
Este é o conceito principal de um prontuário, registrar as evidências e traçar um histórico do paciente para análises futuras. Através dos registros, é possível mapear a evolução da condição de saúde do paciente, e também estabelecer padrões para realização de diagnósticos.
Contudo, apesar do conceito ter se mantido, a tecnologia trouxe uma nova roupagem ao prontuário a partir da digitalização, de forma que chegamos hoje ao PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente)
Mesmo com a crescente expansão do PEP em território nacional, ainda existem instituições de saúde que não aderiram à tecnologia por uma série de fatores, dentre eles:
- limitações financeiras;
- falta de infraestrutura tecnológica;
- resistência à mudança;
- tamanho da instituição; e
- desafios de integração por conta dos sistemas utilizados na rotina de atendimento.
Apesar desta realidade existir, cada vez mais a tecnologia está avançando nas instituições de saúde brasileiras. Por este motivo, criamos este conteúdo para orientar nossos leitores quanto às melhores práticas no uso do Prontuário Eletrônico do Paciente.
Mas antes de tudo, é interessante entendermos alguns conceitos relacionados ao PEP. Separamos algumas informações relevantes que vão fazer você entender tudo sobre o assunto.
O que significa PEP?
PEP é a sigla para Prontuário Eletrônico do Paciente, ou seja, uma solução tecnológica que automatiza os registros de saúde dos pacientes nas instituições de saúde na intenção de formar um histórico individual de cada pessoa em atendimento.
O objetivos do PEP é formatar uma linha do tempo de cada paciente a fim de que o profissional de saúde possa traçar um mapa da evolução do quadro de saúde, e assim perceber padrões que auxiliem em seu diagnóstico.
Como sucedeu a criação do Prontuário Eletrônico (PEP)?
Apesar do conceito de prontuário ser antigo, a migração dos tradicionais prontuários de papel para a versão digital foi acontecendo de forma gradual, envolvendo colaboração de diversas partes interessadas no ramo da saúde, desde profissionais que lidam com a elaboração e manipulação de prontuários no dia a dia, como médicos e enfermeiros, até pesquisadores da área da saúde em parceria como desenvolvedores de softwares voltados para o ecossistema da saúde.
Essa evolução aconteceu em diversos países, na medida em que a tecnologia mostrou as possibilidades de automação das informações.
A exemplo disso, nos Estados Unidos da América, por exemplo, o governo, por meio do Meaningful Use Program (Programa de Incentivos à Adoção de Registros Eletrônicos de Saúde) estabeleceu a Lei de TI em Saúde e Assistência médica, conhecida por eles como HITECH Act, no ano de 2009. A adoção deste programa pelo governo influenciou instituições de todo país a utilizarem os sistemas de registros digitais no ecossistema da saúde no território americano.
Nos demais países em que o conceito de Prontuário Eletrônico do Paciente foi adotado, também houve ação do governo para estudar, desenvolver, padronizar e implantar o recurso nas instituições com o intuito de obter maior segurança e controle dos dados de saúde dos pacientes.
Conclui-se então que não houve um país pioneiro, ou empresa específica que encabeçou a criação do PEP, mas sim um esforço coletivo ao longo de muitos anos que teve a intenção de melhorar a gestão de informações de saúde por meio da tecnologia.
Quais são as empresas brasileiras que desenvolveram o Prontuário Eletrônico (PEP)?
Assim como em outros países, o Brasil também se envolveu em pesquisas para transformar os processos relacionados aos prontuários de pacientes.
Muitas empresas brasileiras desenvolvem prontuários eletrônicos do paciente (PEP) e sistemas de gestão de saúde, ou seja, não existe uma única empresa oficial que seja responsável pelo desenvolvimento do PEP no Brasil.
Contudo, existem algumas startups brasileiras que têm se destacado na área de desenvolvimento de PEP e sistemas de saúde eletrônicos, como a Tasy, por exemplo.
Esta empresa brasileira oferece soluções de tecnologia da informação para instituições ligadas à saúde, incluindo prontuários eletrônicos.
Quais as melhores práticas em relação ao uso do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)?
Realizamos nesta seção um estudo na intenção de orientar gestores do ramo da saúde na busca pelas melhores práticas em relação ao uso do PEP em suas instituições.
Como uma empresa de tecnologia voltada ao ramo da saúde, a Nuria conecta diversos sistemas por meio de uma plataforma de APIs que promove a interoperabilidade dos dados entre essas soluções, facilitando assim a gestão das informações.
Por este motivo, lidamos com diversos players ligados à tecnologia, além de termos em nosso portfólio muitas instituições que apostam na tecnologia para melhoria de seus processos.
Como escolher o melhor sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP)?
Todas as empresas brasileiras que se envolveram no estudo e desenvolvimento de sistema para gestão de PEP possuem suas qualidades e funcionalidades específicas, por isso, é importante avaliar e “desenhar” primeiramente o processo que você segue em sua instituição quanto ao registro de prontuários para poder entender qual solução se adequa melhor a sua realidade.
É muito comum adotar sistemas que alteram os processos da instituição, pois oferecem uma nova proposta de rotina operacional aos profissionais, por isso, dobre sua atenção aos processos internos na intenção de saber o que pode ser alterado, e o que não pode sofrer mudanças.
Peça demonstração online do sistema às empresas para ver o sistema em funcionamento. Esta é a melhor forma de você averiguar se a solução se encaixa na sua rotina, ou quem sabe, se a solução promove um novo desenho de processos que talvez você queira adotar.
Fique atento aos sistemas comprometidos com a LGPD
Este assunto tem invadido as salas de reuniões de empresas de todos os ramos, pois a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), tem exigido das empresas em geral uma postura consciente em relação à manipulação dos dados pessoais dos indivíduos que utilizam de seus serviços.
A lei veio para inibir a venda ilegal de dados pessoais de contatos em lista, o que prejudicava a privacidade das pessoas, uma vez que essa comercialização compartilhava dados sensíveis para fins comerciais.
Da mesma forma, no ramo da saúde, as soluções precisam ser desenvolvidas de modo a proteger os dados do indivíduo, além de estarem preparadas para exclusão dos dados na medida em que a pessoa solicita.
Por meio de dispositivos de segurança, os sistemas precisam registrar a exportação dos dados dos pacientes para registrar quem, quando, e qual o motivo da extração dos dados do paciente do sistema onde houve o registro.
Para não ter problemas futuros com pacientes que solicitam a exclusão de seus dados pessoais, procure por sistemas que se posicionam com comprometimento em relação aos dados contidos nos prontuários.
Os dados de um prontuário provavelmente terão que ser integrados a outras soluções para dar continuidade ao tratamento das informações do paciente. Por este motivo, desde o contato inicial com o paciente, deve haver uma transparência e uma autorização por parte do paciente, na qual a instituição informa que haverá uma transmissão de dados entre diferentes soluções para fins restritos de diagnóstico e uso médico.
Garanta a capacitação dos profissionais em relação ao uso do PEP
Seria inútil ter um sistema de ponta equipado com todos os processos necessários para o prontuário eletrônico, e não haver processos internos bem definidos para que os profissionais realizem os devidos registros de cada etapa do atendimento ao paciente.
Os profissionais de saúde envolvidos com o PEP deverão incluir todas as anotações sobre a condição de saúde do paciente, bem como outros etapas como:
- Procedimentos realizados no momento da consulta para fins diagnósticos
- Medicamentos prescritos
- Resultados de exames
- Imagens coletadas em exames
É importante lembrar que cada uma dessas entradas precisa ser registrada com data, hora e marcação do profissional que as realizou.
Opte por sistemas com API aberta para fins de integração de dados
Este é um dos principais critérios que devem ser avaliados por gestores que estão em processo de avaliação de um sistema de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Imagine ter um sistema com processos que atendem sua rotina, porém que não estão abertos à integração com outras soluções.
Um dos grandes avanços da tecnologia foi a criação de APIs, que são “portas de entrada e saída de dados” de forma automática, que permitem a veiculação de informação entre um ou mais sistemas.
No caso dos PEPs, a integração entre sistemas é essencial, pois o paciente passa por diferentes etapas dentro de uma instituição, e cada etapa possui uma coleta de dados diferente, e no fim de tudo, todos esses dados precisam estar integrados dentro de um mesmo sistema para fins de registro, por exemplo, o atendimento da triagem feito pela enfermagem deve estar integrado com a solução utilizada pelo médico que vai realizar a anamnese. Posteriormente, os dados de exames registrados em outros sistemas deverão contar com informações presentes nas etapas anteriores.
Dê preferência a sistemas que operem na nuvem
Certamente você, como gestor da área da saúde, já deve ter tido contato com o termo Cloud Computing, que nada mais é do que Computação na nuvem. A ilustração traz o conceito de uma gestão de dados onde as informações não ficam localizadas dentro do computador ou qualquer outro dispositivo, mas sim, em servidores virtuais, de forma que podem ser acessadas a partir de qualquer lugar sem dependência de dispositivos físicos.
Quando se trata de sistemas, existem soluções que não operam em nuvem, ou seja, utilizam-se de servidores físicos para armazenar os dados.
Apesar de terem um bom funcionamento, este tipo de tecnologia apresenta alguns riscos como a possibilidade de perda de dados por desgaste físico, panes elétricas, vírus eletrônicos, roubo de equipamento, incêndio ou qualquer outra intempérie capaz de danificar o equipamento físico.
Quando o sistema é 100% online, os dados ficam armazenados em servidores virtuais que fazem a gestão dos dados, sem qualquer vínculo com armazenagem física.
Isso torna o processo mais seguro para a instituição de saúde. Por este motivo, nossa recomendação nesta série de boas práticas é a preferência por sistemas na nuvem.
Procures sistemas com boa performance de rastreabilidade
Um dos grandes motivos da agilidade das operações em um sistema é a rastreabilidade de dados. De nada adianta ter um sistema especializado no armazenamento de informações, porém, que dificulta a pesquisa dessas informações.
Existem sistemas que apenas oferecem informações detalhadas por meio de relatórios longos e complexos, além de permitir a procura através de processos intermináveis dentro do sistema.
Procure verificar na hora da demonstração a usabilidade do sistema em relação a forma como você rastreia dados dentro do sistema.
Existem soluções que fornecem barras de pesquisa ao longo das telas, permitindo que os dados sejam acessados de forma ágil e prática.
Faça uso dessas análises antes de optar pela solução ideal
Utilizamos de toda a nossa experiência para fornecer a você as melhores práticas em relação a procura pela melhor solução de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP).
Fique atento às dicas frequentes que lançamos em nosso Blog. Todas as semanas publicamos novos conteúdos para empresas ligadas ao ecossistema da saúde.